25 de novembro de 2009

Pau para toda a obra.

É assim que não me quero sentir, mas sinto, como enfermeira neste mundo, neste país, nesta realidade!
Ás vezes apetece-me gritar, cruzar os braços e dizer "NÃO!", tratar os outros (superiores hierárquicos) como me tratam a mim... Ai, se eu podesse...
Mas não posso...
* Não tenho escolhas, nem opções
* Não tenho horário de saída, mas tenho de entrada
* Não tenho tempo para ouvir os doentes, mas tenho que ter para ouvir os médicos
* Não tenho respostas para as famílias, mas tenho que as encontrar para mim mesma
* Não mando nada, mas todos "mandam" em mim
* Não posso ter sentimentos, mas sou humana
* Tenho que saber lidar com a morte e ninguém me ensinou
* Não posso falar muito, senão calam-me
* Não posso chorar, mas choro
* Não posso sofrer, mas sofro
* Não posso ser eu, mas sou...

Ainda vivo na esperança de que as coisas mudem, para bem dos profissionais de saúde e sobretudo, dos doentes!
Era muito melhor se todos fizessemos aquilo que realmente gostamos e sentimos que temos vocação. Daríamos o nosso melhor, daríamos mais ainda. Não quer dizer que não damos já o nosso melhor, mas a motivação é outra...

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