
- Valerá a pena a especialidade?
- E depois? Vou ganhar como enfermeiro especialista?
- Vou trabalhar como enfermeiro especialista?
Mas não é só isso... Há muito que penso neste assunto e acho que é iminente uma discussão séria e fundamentada sobre isto...
A verdade é que gostava de ser especialista... mas em quê?
Estas são as especialidades no nosso país, segundo a OE:
1. Saúde Materna, Obstétrica e Ginecológica
2. Saúde da Criança e do Jovem
3. Saúde do Adulto
4. Saúde do Idoso
5. Saúde Mental
6. Pessoa em Situação Crítica
7. Reabilitação
8. Saúde Familiar
9. Saúde Pública
Só para vos chatear ou mostrar como somos "pequeninos", nos Estados Unidos existem 71 especialidades e na Inglaterra 41!!! Tais como: Diabetes, Forense, Ortopedia, Oncologia, Transplante ou Feridas.
Gostava que reflectissem comigo acerca disto. Porque, na minha opinião, as nossas supostas especialidades tornam-se tão generalistas... Saúde no Adulto? Alguém pode dizer-me que especialidade é esta? A saúde no adulto engloba tudo, no fundo, engloba as verdadeiras especialidades! Uma especialidade deve ser orientada para a prática/especificidade dos serviços e não para a teoria.
Exemplificando, se trabalho no serviço de medicina, os meus conhecimentos são totalmente diferentes de alguém que trabalha nos Cuidados de Saúde Primários. Mas em termos de especialidade seria a mesma. Então o que define esses dois enfermeiros? em que diferem se têm a mesma especialidade, mas cuidam de doentes em situações completamente diferentes? Mas afinal esses profissionais são especialistas em quê? Não há nada que os define, que os destingue!
Talvez esta visão generalista das especialidades tenha surgido de pessoas que acham que a enfermagem vive de conhecimentos básicos que se podem transpor nas várias áreas de intervenção. E existem realmente aspectos que se transpõem. Mal de nós e de qualquer outra profissão que fosse de tal forma específica que não conseguisse nunca entrar no campo geral. No entanto, a técnica exige competências e conhecimentos e essa sim, varia entre especialidades.
Então, nesta perspectiva, porque não dividimos os médicos desta forma? Se a nossa profissão é mais técnica a necessidade de a dividir deveria ser ainda maior! O que distingue um pneumologista de um ortopedista? porque é que nós, enfermeiros, não podemos ser especialistas nessas áreas também... Aliás, só traria vantagens para os profissionais de saúde, instituições de ensino, relação médico/enfermeiro e, sobretudo, doente!
No entanto, a posse da especialidade deve assegurar mais e melhores cuidados e nunca funcionar como uma perda de competências noutras áreas. Isso vai na atitude de cada um, na ideia que devemos ter que a especialidade deve apenas alargar e não restringir a nossa área de intervenção.
Generalizando as especialidades, colocando os enfermeiros portugueses em menos de 10 especialidades quando nos outros países são mais de 30, estamos a permitir e perpetuar a mediocridade científica de uma classe... É isso que queremos?
Senão, não tarda, começamos a perder terreno para as outras profissões e até mesmo para profissões novas que vão surgindo na tentativa de dar resposta a lacunas que os enfermeiros, delegados para as funções "gerais", deixam abrir... Surgem profissões que ninguém sabe de onde a exercer as nossas funções, funções essas pelas quais lutámos tanto e hoje parece que deixamos lentamente de lutar!
É bom que se reflicta sobre isto... que se fale sobre isto com colegas, porque só a união faz a força e juntos podemos conseguir algo...
No fundo, a nossa profissão debate-se com uma realidade a que não podemos fugir, que é esta perda de competências para outras profissões. Só nos últimos 15 anos surgiram uma série de profissões que adoptaram competências de enfermagem. E, na minha opinião, só a criação de mais especialidades de enfermagem pode combater este flagelo!
Estou completamente de acordo com o Davide Carvalho (oncare.blogspot.com) quando diz que a nossa profissão é extraordinária porque engloba a saúde na sua totalidade, e isso nos deixa "vulneráveis" ás outras profissões... e porquê? Porque as outras profissões se especializam numa determinada área. A título de exemplo, a criação de uma especialidade de Gerontologia reconhecida pela O.E e Ministério da Saúde, iria minimizar e impedir que as nossas competências se percam...
Vamos pensar nisto? e lutar pela nossa carreira...
1. Saúde Materna, Obstétrica e Ginecológica
2. Saúde da Criança e do Jovem
3. Saúde do Adulto
4. Saúde do Idoso
5. Saúde Mental
6. Pessoa em Situação Crítica
7. Reabilitação
8. Saúde Familiar
9. Saúde Pública
Só para vos chatear ou mostrar como somos "pequeninos", nos Estados Unidos existem 71 especialidades e na Inglaterra 41!!! Tais como: Diabetes, Forense, Ortopedia, Oncologia, Transplante ou Feridas.
Gostava que reflectissem comigo acerca disto. Porque, na minha opinião, as nossas supostas especialidades tornam-se tão generalistas... Saúde no Adulto? Alguém pode dizer-me que especialidade é esta? A saúde no adulto engloba tudo, no fundo, engloba as verdadeiras especialidades! Uma especialidade deve ser orientada para a prática/especificidade dos serviços e não para a teoria.
Exemplificando, se trabalho no serviço de medicina, os meus conhecimentos são totalmente diferentes de alguém que trabalha nos Cuidados de Saúde Primários. Mas em termos de especialidade seria a mesma. Então o que define esses dois enfermeiros? em que diferem se têm a mesma especialidade, mas cuidam de doentes em situações completamente diferentes? Mas afinal esses profissionais são especialistas em quê? Não há nada que os define, que os destingue!
Talvez esta visão generalista das especialidades tenha surgido de pessoas que acham que a enfermagem vive de conhecimentos básicos que se podem transpor nas várias áreas de intervenção. E existem realmente aspectos que se transpõem. Mal de nós e de qualquer outra profissão que fosse de tal forma específica que não conseguisse nunca entrar no campo geral. No entanto, a técnica exige competências e conhecimentos e essa sim, varia entre especialidades.
Então, nesta perspectiva, porque não dividimos os médicos desta forma? Se a nossa profissão é mais técnica a necessidade de a dividir deveria ser ainda maior! O que distingue um pneumologista de um ortopedista? porque é que nós, enfermeiros, não podemos ser especialistas nessas áreas também... Aliás, só traria vantagens para os profissionais de saúde, instituições de ensino, relação médico/enfermeiro e, sobretudo, doente!
No entanto, a posse da especialidade deve assegurar mais e melhores cuidados e nunca funcionar como uma perda de competências noutras áreas. Isso vai na atitude de cada um, na ideia que devemos ter que a especialidade deve apenas alargar e não restringir a nossa área de intervenção.
Generalizando as especialidades, colocando os enfermeiros portugueses em menos de 10 especialidades quando nos outros países são mais de 30, estamos a permitir e perpetuar a mediocridade científica de uma classe... É isso que queremos?
Senão, não tarda, começamos a perder terreno para as outras profissões e até mesmo para profissões novas que vão surgindo na tentativa de dar resposta a lacunas que os enfermeiros, delegados para as funções "gerais", deixam abrir... Surgem profissões que ninguém sabe de onde a exercer as nossas funções, funções essas pelas quais lutámos tanto e hoje parece que deixamos lentamente de lutar!
É bom que se reflicta sobre isto... que se fale sobre isto com colegas, porque só a união faz a força e juntos podemos conseguir algo...
No fundo, a nossa profissão debate-se com uma realidade a que não podemos fugir, que é esta perda de competências para outras profissões. Só nos últimos 15 anos surgiram uma série de profissões que adoptaram competências de enfermagem. E, na minha opinião, só a criação de mais especialidades de enfermagem pode combater este flagelo!
Estou completamente de acordo com o Davide Carvalho (oncare.blogspot.com) quando diz que a nossa profissão é extraordinária porque engloba a saúde na sua totalidade, e isso nos deixa "vulneráveis" ás outras profissões... e porquê? Porque as outras profissões se especializam numa determinada área. A título de exemplo, a criação de uma especialidade de Gerontologia reconhecida pela O.E e Ministério da Saúde, iria minimizar e impedir que as nossas competências se percam...
Vamos pensar nisto? e lutar pela nossa carreira...
1 nuvens:
Sim... valerá a pena tirar a especialidade, porque aí poderás prestar cuidados especializados e serás enfermeiro principal (ou seja o teu salário aumentará), tenho pena como tu que só existam essas especialidades, existem muitas áreas que podem ser exploradas! mas enfim... a luta continua... se bem que tou farta de ver gente que só critica a atuação do SEP e da OE, mas na hora da verdade ninguém faz o sacrificio de ir a uma manifestação ou reunião da OE... assim também não vamos lá... os enfermeiros não são unidos, e cada um a puxar para seu lado é complicado atigirmos os objectivos rapidamente. Também gostava de tirar uma especialidade, mas nenhuma dessas me fascina... ah não sei se já sabes mas a especialidade agora poderá ser tirada em contexto de trabalho :) beijos minha doida!!!
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